sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

AMÍLCAR CABRAL FOI ASSASSINADO HÁ 40 ANOS

Há 40 anos, o líder do PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde), Amílcar Cabral, era assassinado por militantes do seu partido.
A morte de Amílcar Cabral deveu-se apenas a divergências internas no PAIGC? A PIDE, polícia política do regime ditatorial da altura, esteve por detrás do crime? Nunca se soube concretamente. Uma coisa é certa: aquele assassinato não serviu a luta anti-colonial, nem o próprio regime de Marcelo Caetano, pois na liderança do PAIGC ficou Luis Cabral, irmão de Amílcar Cabral, mais radical que este, o qual, após a independência da Guiné-Bissau, instaurou  naquela ex-colónia portuguesa uma ditadura férrea, praticando o terrorismo de Estado. É certo que, de um modo geral, os seus sucessores não foram melhores, tornando o Estado guineense um Estado falhado onde os traficantes de droga põem e dispõem.
Amílcar Cabral sempre disse que a sua luta e do PAIGC era contra o colonialismo e não contra o povo irmão português. Era um Homem de grande formação humanista, à semelhança de Eduardo Mondlane, líder da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) ou de Gentil Viana e os irmãos Pinto Andrade, um dos quais era padre, responsáveis pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA).
Salazar nunca aceitou o diálogo com estes homens moderados. Em consequência do prolongamento da guerra, aqueles movimentos acabaram por afastar das respectivas direcções todos os defensores da moderação e da tolerância, sendo tomados por dirigentes marxistas-leninistas. Após o 25 de Abril, era inevitável a independência das ex-colónias. Todos os antigos impérios europeus tinham caído. O português não podia manter-se eternamente.
A descolonização foi a possível, até pelas pressões dos movimentos de guerrilha, dos EUA, da URSS e da China então liderada por Mao Tsé Tung.  Por outro lado, naquele tempo, enquanto os americanos somavam derrotas no Vietname, no Laos e no Camboja, os soviéticos avançavam e ocupavam os espaços deixados por aqueles. Instalaram-se nos países da Indochina, com excepção do Camboja, que passou a ser dominado pelos maoistas do psicopata Pol Pot. As antigas colónias portuguesas ficaram na órbita da URSS. Essa foi, apesar da derrota interna, a grande vitória do PCP e de Álvaro Cunhal.
As consequências de tais factos foram terríveis para Portugal (teve de integrar cerca de um milhão de retornados reduzidos à pobreza) e para os povos irmãos das ex-colónias, sujeitos a regimes concentracionários e totalitários que os reduziram à pobreza e à miséria. Mas, o principal culpado deste desastre tem um nome: António de Oliveira Salazar, por não saber descolonizar o que chamava províncias ultramarinas com Amílcar Cabral e outros dirigentes nacionalistas acima mencionados.

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