terça-feira, 29 de março de 2011

OMISSÕES DA EXTREMA-ESQUERDA AMERICANA E DA EXTREMA-ESQUERDA PORTUGUESA

Recentemente, esteve em Portugal uma delegação de antigos dirigentes dos “Panteras Negras”, uma organização americana de negros de extrema-esquerda, que esteve activa nos anos 60 e 70 do século passado, praticando alguns actos terroristas, contrariamente ao seu contemporâneo também negro Martin Luther King, o qual lutava pelos direitos daquela raça de forma pacífica.
Em entrevista ao jornal “Público”, três daqueles dirigentes referiram os nomes de vários membros do Comité Central da organização, omitindo, no entanto, o nome de um dos mais destacados “panteras”, Eldrige Cleaver, o seu ideólogo, já falecido, que quando passou por Argel nos anos 60, fez amizade com Manuel Alegre.
Aquela omissão deve-se certamente à deserção de Cleaver dos "Panteras Negras" em meados da década de 1970, quando aderiu ao cristianismo e se tornou militante do Partido Republicano, sendo mais tarde assessor do Presidente Ronald Reagan.
Em resposta à afirmação do líder parlamentar do PS, Francisco Assis, segundo a qual o Bloco de Esquerda (BE) e os seus militantes apoiaram regimes totalitários de esquerda, Francisco Louçã disse que tal era mentira e que o Estado Português, sim, tem bom relacionamento com a Líbia.
O regime de Khadafi é equivalente ao poder popular de base, apoiado no PREC e posteriormente por algumas das organizações que deram origem ao BE, destacando-se entre elas a LCI (Liga Comunista Internacionalista), integrada em 1978 no PSR (Partido Socialista Revolucionário), dos quais Louçã foi dirigente. Esse esquerdismo romântico-populista acaba em ditaduras e no poder de um caudilho como o líder líbio, que teve em Otelo um seu semelhante.
Que se saiba, Francisco Louçã nunca deixou de ser trotskista. O seu mentor ideológico, Leon Trotsky, à frente do Exército Vermelho e sob as ordens de Lenine, chacinou aldeias inteiras que repudiavam o regime instaurado após a vitória dos bolcheviques na Rússia. Quando, em 1922, marinheiros ultra-esquerdistas e anarquistas se revoltaram em Kronstadt, foram barbaramente assassinados pelos homens de Trotsky. Quando Estaline sucedeu a Lenine, a imprensa americana rejubilou por o novo líder não ser Trotsky, pois Estaline era “liberal” em relação àquele. Pelos crimes do “liberal” Estaline se pode constatar onde poderia chegar o poder trotskista.
Outra das organizações na origem do BE, a UDP, apoiou Lenine, Estaline, Mao, Enver Hodxa e outros dirigentes comunistas responsáveis por dezenas de milhões de mortos.
Por aqui se pode ver a “democracia” em que o BE se revê e como a extrema-esquerda americana e portuguesa (bem como todas as outras) falsificam e apagam figuras da História. No essencial, não mudaram , como sabem os que conhecem o aparecimento e evolução deste tipo de organizações.

domingo, 6 de março de 2011

JUVENTUDE E IDEOLOGIA

Passam hoje 90 anos sobre a fundação do Partido Comunista Português(PCP). A propósito do evento, o jornal "Público" ouviu vários militantes da JCP (Juventude Comunista Portuguesa). Todos diziam ter aderido ao partido e àquela organização juvenil por razões ideológicas. Uma militante dizia abertamente ter sido o marxismo-leninismo que a levou à actividade política.
Concorde-se ou não com a ideologia marxista-leninista e o PCP, há que reconhecer que esta juventude adere a valores e ideias em que acredita. Perguntem à maioria dos e das militantes das jotinhas dos partidos que disputam o poder (JSD e JS) em que consistem as ideologias norteadoras daqueles e quem foram os mestres e ideólogos das mesmas. Não sabem nem com tal se preocupam, pois a sua adesão a tais organizações não se baseia em ideias, que, aliás, escasseiam cada vez mais no PS e no PSD, mas nos motivos em que o amigo leitor está a pensar...