segunda-feira, 19 de julho de 2010

PSD: UMA FRENTE REFORMISTA PASSA PELA RECUSA DE ALIANÇAS COM PORTAS

Uma sondagem recente, publicada pela TVI e o "Diário Económico", atribuía 48% de votos ao PSD se presentemente se realizassem eleições legislativas.
Ouvido sobre a mesma sondagem, o secretário-geral social-democrata, Miguel Relvas, afirmou à imprensa que mesmo que o PSD obtivesse uma votação idêntica nas próximas legislativas, o que lhe permitiria alcançar uma maioria absoluta, coligar-se-ia posteriormente com o CDS e com sectores independentes, de esquerda e direita democráticas, contando também com cidadãos ligados à cultura, conotados com essas áreas.
Nem o líder do partido, nem qualquer outro dirigente puseram em causa a posição assumida por Relvas. Dos militantes mais destacados, apenas Paulo Rangel, em entrevista ao "Público", afirmou que o Partido Social Democrata deverá lutar por ganhar com maioria absoluta e, nesse caso, não deverá fazer coligações. É, pois, de pressupôr que as afirmações do secretário-geral do PSD reflictam a posição oficial do partido na matéria.
Para romper com o socialismo tecnocrático e estatista ultrapassado de Sócrates e realizar toda uma série de reformas no sentido liberalizante e desestatizante, o PSD procurará, à semelhança de Sá Carneiro, criar uma frente reformista, que preservando o Estado Social, o porá essencialmente ao serviço de quem dele precisa, diminuindo as despesas para, como contraponto, baixar os impostos para trabalhadores e empresários, incentivando o investimento privado como forma de combater o desemprego, a pobreza, a miséria (em Portugal, há, sim, senhor, cada vez mais miséria, especialmente envergonhada, até na classe média) e vencer o atraso económico e social do nosso país no mundo ocidental.
A frente criada há três décadas foi a Aliança Democrática (AD), que incluia o PSD, o CDS, o PPM e os Reformadores, dissidentes do PS. Não era uma frente de direita, mas uma frente inclusiva da direita democrática, conservadora e liberal, do centro e de uma parte da esquerda, a qual já na altura era contra o marxismo então ainda endossado pelo Partido Socialista, dirigido por Mário Soares. A liderança desse espaço cabia ao centro reformista e, acima de tudo, a Francisco Sá Carneiro, seu principal representante, antes e depois do 25 de Abril. A AD teve sucesso nas urnas e nas políticas aplicadas.
Só que, o CDS liderado por Freitas do Amaral, cujo principal ideólogo e estratega foi Adelino Amaro da Costa, era um partido de direita, conservador, mas inequivocamente democrata-cristão e europeista. Daí que, Homens de esquerda moderada, como António Barreto, Medeiros Ferreira ou Vitor Cunha Rego, todos vindos da extrema-esquerda - os dois primeiros passaram antes pelo PCP, na clandestinidade - não tivessem complexos em integrar a Aliança Democrática.
O actual CDS e o seu líder são excessivamente conservadores, praticam a pior hipocrisia moral da direita mais retrógrada e, em alguns aspectos, têm-se situado próximo da direita radical europeia e não só...
Freitas do Amaral, à semelhança do ex-ministro franquista Fraga Iribarne, em Espanha, integrou a direita na democracia. Só que, a maioria das bases do CDS nunca se identificou com o regime nascido na Grécia há 2 500 anos. Daí o seu abandono por Freitas do Amaral. Paulo Portas, que muda facilmente de posição (política), após a militância no PSD e na JSD, a passagem pelo liberalismo conservador democrático, identifica-se perfeitamente com aquela direita, que não é herdeira do liberalismo e mesmo do conservadorismo europeu e americano, mas do absolutismo, dos caceteiros miguelistas, do salazarismo e do sidonismo.
Na companhia desta gente, os sociais democratas não conseguirão o apoio do eleitorado central, o que dá vitórias. Muito menos terão do seu lado a esquerda, especialmente intelectual, que detesta o PS e abomina o marxismo nas suas mais diversas variantes. Mais: no tempo em que Cavaco liderava o PSD, este partido obteve mais de 50% de votos graças, em grande parte, ao apoio conseguido entre operários das cinturas industriais de Lisboa e de Setúbal, desiludios com o PCP e o comunismo, então a ruir em toda a parte, e o próprio PS. Alguém pensa que esses sectores votam numa candidatura que faça regressar Portas e o PP ao poder?
Se o PS se livrasse de Sócrates e encontrasse o seu Blair, certamente, no quadro atrás referido, poderia voltar a ganhar as eleições e manter-se muitos anos no poder. Mas, a curto prazo, pelo menos, tal não é previsível. Basta ver as recentes entrevistas de dirigentes socialistas mais jovens e moderados, como António José Seguro ou Francisco Assis, os quais mantêm a defesa de um certo estatismo e são contrários à reforma do Estado Social, ao arrepio de boa parte dos próprios partidos da Internacional Socialista.
Por este andamento, o centro poderá ficar abandonado, aumentando a abstenção e o descrédito da classe política, não se sabendo a quem Portugal ficará entregue no momento grave que atravessamos. Por isso, o PSD deverá concorrer sem coligações, procurando o apoio da direita e da esquerda moderadas, repudiando o socialismo, mas também o conservadorismo social. Se o fizer, derrotará os socialistas e poderá encaminhar Portugal no caminho da modernidade, do progresseo e da justiça.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

TERRORISMO POLÍTICO EM SÃO PEDRO DO SUL




Três coisas que não se esperavam:


1.- Que o Dr. António Carlos Figueiredo viesse a ter uma opinião semelhante à do PS quanto à isenção nas portagens a aplicar a alguns concelhos (parece que não ao nosso, pelo menos para já);


2.- Que o Presidente do PSD, Dr. Passos Coelho, viesse a apelidar de terrorismo político a dita isenção , quase que classificando o Dr. António Carlos de terrorista (provavelmente ainda não se esqueceu do apoio prestado em favor do Dr. Paulo Rangel...);


3.- Que fosse defendido o pagamento de portagens na EN 16.


Coisas da vida política sampedrense...