quinta-feira, 22 de março de 2012

ESTADO TOTALITÁRIO CHINÊS MANDA NO ESTADO PORTUGUÊS

Numa edição recente do "Público", Vasco Pulido Valente afirmou que o ex-presidente do PSD, Luis Marques Mendes, um dos principais ideólogos actuais daquele partido, disse na TVI 24 que "a EDP é um Estado dentro do Estado" e "manda no Estado". Não vi tal programa da televisão que, começando por ser de inspiração católica, já esteve na mão de colombianos, os quais, como sabemos, investem no estrangeiro com a melhor das boas intenções...
Também não observei nem li qualquer desmentido da peça escrita pelo secretário de estado da Cultura de Sá Carneiro.
Por outro lado, também não perco o meu precioso tempo a ouvir ou ler Marques Mendes ou qualquer outro apoiante deste falso partido social democrata.
Adiante e concluindo: o estado totalitário comunista chinês manda num governo eleito democraticamente. O seu voto, (e)leitor, nada conta, como, aliás, acontece na maioria das sociedades democráticas, nas quais o poder económico se apoderou do poder político, geralmente medíocre.
O actual poder governamental, mais que medíocre, é ridículo. Basta ver a triste figura que faz o viseense "Álvaro".
Tu, militante social democrata (que ainda acreditas neste termo) vais continuar a seguir o partido de direita, defensor dos ricos, que despreza os pobres e ofendidos, bem como as camadas médias em vias de proletarização, como diria Marx, os quais considera meros números, que abandonou a ideologia que abraçaste desde Sá Carneiro e amanhã inicia um congresso laudatário das políticas mais reaccionárias desde o 25 de Abril?

sexta-feira, 16 de março de 2012

QUANDO MEIA VERDADE ESCONDE A MENTIRA

Para a mentira ser segura
e atingir profundidade
tem que trazer à mistura
qualquer coisa de verdade

António Aleixo


Nesta semana, o secretário de estado adjunto do primeiro-ministro, Carlos Moedas, tentou atirar areia para os olhos dos portugueses, fazendo jus à quadra do popular poeta algarvio António Aleixo, acima referida.
Ostentando aquele ar entre os estilos betinho e "yupie" (daqueles rapazolas que na década de 80 do século passado rebentaram com a bolsa de Wall Street e acabaram na cadeia), disse que o "ajustamento" português está a dar frutos na economia. Em que se baseava o moço? No aumento das exportações relativamente às importações. Mas não é necessário ser economista para perceber que tal se deve à falta de dinheiro e às falências de empresas, que conduzem à diminuição das compras ao estrangeiro.
Porque não falou em frutos podres, como o aumento da inflação, a queda do PIB (1,5% no ano passado e 3 a 4%, segundo as previsões para este ano)? Porque "esqueceu" o desemprego real e não o das estatísticas manipuladas, que já atinge mais de um milhão de trabalhadores? Esses frutos não contam?
Assim se procura enganar o Zé Povinho. Não quero comparar este rapaz e os seus companheiros de governo com o tristemente célebre Doutor Goebels, ministro da propaganda nazi, quando afirmava "uma mentira suficientemente repetida passa a ser verdade". Seria banalizar os horrorosos crimes dos nazis. Prefiro ficar pela comparação com o nosso Aleixo.
Os tiros de pólvora seca dados por esta gente, no entanto, estão-lhes a sair pela culatra. O PSD e o CDS estão em queda nas sondagens. Algumas destas apontam já para a perda da maioria absoluta por aqueles partidos, os quais já nada têm de social democrata ou democrata-cristão. Por outro lado, a imagem do governo é muito negativa. Tivesse o PS o seu Tony Blair na liderança e já lideraria os inquéritos à população.
É que, como dizia o presidente americano Lincoln, no século XIX, "pode enganar-se toda a gente durante algum tempo, pode enganar-se alguma gente durante algum tempo, não se pode enganar toda a gente toda a vida". A meia verdade, a esconder uma grande mentira, de Carlos Moedas, aliada a tantas promessas não cumpridas dos actuais detentores do poder executivo, especialmente as feitas durante a campanha eleitoral que os conduziu ao poder, começam a fazer cair as suas máscaras e a mostrar que esta gente não é melhor que Sócrates.
Sociais democratas, liberais (incluindo os que militam no PS), democratas-cristãos, não estais representados por nenhum dos partidos existentes. Tendes de optar: ou continuais nos vossos partidos à espera de melhores dias, ou abandonais os mesmos, procurando outras formas de lutar por uma sociedade que se identifique com os vossos ideais. Chega de mentira! Chega de hipocrisia! Não foi necessário decorrer um ano para nos cansarem!

quinta-feira, 8 de março de 2012

O HOMEM NOVO, SEGUNDO O PRIMEIRO-MINISTRO

A propósito da não concessão de tolerância de ponto no dia de carnaval, o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho afirmou não se compadecer a situação difícil em que Portugal se encontra e a necessidade de aumentar a competitividade e a produtividade com a manutenção de tradições como a comemorada naquela data.
Quanto a melhoria da competitividade e da produção, a queda do crescimento económico em 1,5% no ano passado e que se prevê ultrapassar, no ano presente, os 3%, podendo mesmo chegar aos 4%, ou o aumento do desemprego, o qual já atinge mais de 1 milhão de portugueses, dizem tudo da política passista-portista na matéria. Estes factos, aliados à quebra de 8% nas receitas fiscais, no pretérito mês de Janeiro, relativamente a igual mês de 2011, provam que se está a somar crise à crise. Foi assim que começou a actual tragédia grega.
Passos Coelho foi comunista, tendo militado no PCP e na JCP na sua adolescência. Parece ter captado bem as teses marxistas-leninistas sobre a criação do “homem novo”, robotizado e controlado pelo poder, sendo para tal necessário acabar com a maior parte das tradições.
Agora, como homem de direita – já toda a gente se apercebeu que não é social democrata e o seu liberalismo foi muito mal estudado – parece querer criar o “homem novo”, “descomplexado produtivo”, que, como diz o guru do ultra-liberalismo, defensor da ditadura do mercado, Manuel Forjaz, não tem mais emprego, mas terá que estar sempre prestável para trabalhar sem qualquer vínculo à entidade patronal. Quem assim não pensar é um “preguiçoso autocentrado”. Se a construção do “homem novo” comunista conduziu a um totalitarismo colectivista responsável por enormes violações dos direitos humanos e à morte de 100 milhões de pessoas em todo o planeta, este “homem novo” não passará de um robot manipulado pelo pior que o capitalismo tem. As experiências laboratoriais deste governo põem ponto final no capitalismo de rosto humano e marcam o regresso ao século XIX, em termos laborais e sociais. Por outro lado, tal como nos regimes comunistas, esta governação ultra-liberal e ultra-capitalista tende a pôr fim a tradições ancestrais.
Quem sabe, ainda regressaremos ao ano zero como o Camboja governado por Pol Pot e o Partido Comunista Cambojano (os famigerados kmers vermelhos), de inspiração maoista?
Passos Coelho aprendeu bem a lição dos seus verdes anos, adaptando-a às políticas de direita e negadoras da social democracia que representa. Também deve ter aprendido que “onde há repressão, há luta”.
No dia de carnaval, à excepção dos funcionários públicos, porque foram obrigados, todos os outros portugueses, trabalhadores ou empresários, descansaram, não dando importância à decisão governamental. Há tradições que não acabam por decreto. Mais: essas tradições mantêm-se e quem com elas quer acabar passa. Foi essa mais uma das lições da queda do comunismo em praticamente todo o mundo.