quarta-feira, 18 de maio de 2011

SOBRE A MORTE DE BIN LADEN

Em qualquer Estado de direito democrático, se for provada a prática de um crime através de métodos ilegais como a tortura, aquela prova é nula. Sem qualquer outra prova obtida legalmente, o autor do crime não poderá ser condenado.
A morte de Bin Laden é saudável. Tratava-se de um terrorista fanático e psicopata, que não tinha qualquer respeito pela vida humana. Os vários atentados praticados pela Al Qaeda, da qual era dirigente máximo, de que se destacam os de 11 de Setembro de 2001, nos EUA, mataram vários milhares de pessoas.
Bin Laden era, nos nossos dias, o pior inimigo da liberdade. Queria impor uma teocracia demencial, idêntica à que vigorou no Afeganistão no tempo dos talibans, no mundo inteiro, considerando todas as pessoas que pensavam de maneira diferente da sua como infiéis, fossem cristãos, praticantes do judaísmo ou de qualquer outra religião, ateus, agnósticos, e mesmo islâmicos moderados.
O terrorismo e o fundamentalismo islâmicos não acabaram, mas sofreram uma forte machadada com a morte de Bin Laden. No entanto, tem-se afirmado ter sido encontrado o seu esconderijo através de torturas infligidas a detidos no campo de Guantanamo. Tal informação não foi oficialmente desmentida. A ser verdadeira, é inadmissível tal comportamento por parte de um país com uma democracia de séculos. Os fins, por melhores que sejam (e este era-o) não justificam os meios. Tais métodos são próprios de ditaduras militares, fascistas, a nazi, ou as comunistas.
Por outro lado, a luta contra a ameaça terrorista está a pôr em causa, nos países democráticos ocidentais, liberdades fundamentais. O cartão de cidadão, as filmagens públicas, ou o controle de passageiros nas portagens, são formas de ingerência na vida das pessoas, fazendo lembrar o “Big Brother “ descrito por George Orwell no livro intitulado “1984”. Em nome da nossa liberdade e da nossa segurança, lindos valores, estamos a ser vigiados e controlados. Por outras palavras, em vez de termos a liberdade e a segurança garantidas, temo-las cada vez mais coarctadas, bem como o nosso espaço individual, onde ninguém pode entrar, como já diziam os liberais clássicos, invadido. Daria para rir a afirmação segundo a qual “vivemos sob o pensamento único neo-liberal”, se estes factos, além de a desmentirem, não pusessem em causa a própria democracia.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

A BANCARROTA DA POLÍTICA DE SÓCRATES

A política económica e financeira dos governos de José Sócrates conduziu Portugal ao descalabro. Em consequência, o FMI, a CE e o BCE tiveram que vir em nosso auxílio para não cairmos na bancarrota.
Segundo os membros da troika que negociou o empréstimo ao nosso país, o PEC IV não era suficiente para não recorrer à ajuda externa, contrariamente ao afirmado por Sócrates, o qual, mais uma vez, é apanhado a mentir e a enganar os portugueses.
Sócrates também havia dito que não governaria com o FMI. Vai acabar por fazê-lo (esperamos que por muito pouco tempo).
Mas onde José Sócrates atingiu a bancarrota ideológica, não havendo “ajuda” que lhe valha, foi no modelo político-económico que defendia com unhas e dentes. Um olhar atento sobre as medidas acordadas pelos partidos do chamado arco governamental com a troika comprova-o.
Sócrates sempre foi favorável às “golden-shares”. Vão acabar dentro de dois meses, pondo fim ao privilégio de tais empresas relativamente às restantes, no tocante à concorrência. Dizia que o Estado é o centro da actividade económica. A troika manda privatizar e reduzir ao mínimo indispensável a intervenção do Estado. Tal como o PSD, também a troika entende dever baixar-se a taxa social única para as empresas com vista a estimular o investimento, o crescimento económico e o emprego, e aumentar o IVA para travar o consumo de um país que se encontra a viver acima das suas possibilidades. Na saúde, as taxas moderadoras aumentarão, salvaguardando os direitos dos mais desfavorecidos, como propõem os liberais que o primeiro-ministro tanto abomina.
Perante este atestado de menoridade e incompetência passado pelo FMI, a CE e o BCE, os portugueses ainda estarão dispostos a reeleger quem os conduziu ao abismo? Como se dizia no pós-25 de Abril, “o voto é uma arma do povo”. Espera-se que, num acto de lucidez, o povo não erre no alvo.