quinta-feira, 21 de outubro de 2010

ACONTECIMENTOS INTERNACIONAIS COM REFLEXO INTERNO

MUDANÇAS EM CUBA
Recentemente, o guia da revolução comunista cubana, Fidel Castro, afirmou não valer a pena exportar o seu modelo revolucionário, pois o mesmo falhou em casa.
Seguidamente, o seu irmão e sucessor no PC cubano, Raul Castro, defendia o despedimento de um milhão de funcionários públicos, os quais serão incentivados, através de subsídios, a passarem a pequenos e médios proprietários. Haverá também incentivos fiscais para investidores estrangeiros.
Espera-se que à liberalização da economia corresponda a liberalização política, com a libertação de todos os presos políticos, a restauração das liberdades fundamentais, a criação de partidos e a realização de eleições livres.
Aquelas medidas são o dobre de finados pelo regime cubano. Foi tarde, mas um dia os seus dirigentes reconheceram que o seu modelo falhou, começando já por reformar o Estado Social.
Por cá, o PCP continua agarrado a ideias abandonadas pelos abencerragens do marxismo-leninismo. Sócrates, o governo e o PS armam-se em campeões do Estado Social que vão destruindo, como se pode ver através dos vários PECs…

NOBEL DA LITERATURA PARA VARGAS LLOSA
Mário Vargas Llosa, um dos melhores escritores do mundo, finalmente, foi agraciado com o prémio Nobel da Literatura. A atribuição deste prémio a um liberal e ex-comunista indicia ter acabado a correcção política na distinção de escritores com aquele galardão.
Mário Soares afirmou que quando era Presidente da República e este escritor visitou Portugal, convidou-o para jantar no conhecido Restaurante Gambrinus.
Como Soares se esqueceu de marcar lugar, na chegada ao conhecido restaurante da Rua das Portas de Santo Antão, não havia lugar vago. Mário Vargas Llosa disse “o Chefe de Estado e um escritor conhecido, seu convidado, chegarem a um restaurante e não terem lugar mostra ser Portugal uma democracia”.
Atitudes como esta mostram a coerência de quem luta por um mundo verdadeiramente livre.

NOBEL DA PAZ PARA LI SHIAOBO
O dissidente chinês, preso a cumprir uma pesada pena, Li Shiaobo, viu ser-lhe atribuído o prémio Nobel da Paz.
Li Shiaobo luta pela democracia e eleições livres, o que não acontece em qualquer regime comunista, como até o Senhor de La Palisse diria, se cá voltasse.
O PCP, o seu secretário-geral e o seu candidato presidencial espumaram de raiva, numa demonstração do que entendem por democracia. Para certas mentes o mundo parou mesmo. No entanto, não estão sós. Também a eminência parda da actual liderança do PSD, Ângelo Correia, disse ao EXPRESSO que a Academia Sueca, na atribuição do Nobel da Paz, teve mais em conta a opinião pública e dos intelectuais que das empresas e dos estados. Mais disse, como se tal justificasse os crimes da ditadura chinesa, que “naquela zona do globo não há o mesmo respeito pela vida humana que existe no ocidente”.
Aquelas expressões definem aquele senhor, que, além de político, é empresário. Para ele, os interesses contam mais que a defesa dos direitos humanos, da liberdade e da democracia. Também não é de espantar virem tais afirmações de quem foi presidente da Associação de Amizade Portugal-Iraque quando o tirano Saddam Hussein oprimia aquele país.
Ângelo Correia, em recente entrevista ao EXPRESSO, disse ainda, à semelhança de vários responsáveis sociais democratas, como é o caso do seu secretário-geral, Miguel Relvas, que o PSD, num futuro governo que constituísse, deveria aliar-se ao CDS e dar a pasta da Administração Interna a Paulo Portas.
Não foi para isto que as bases do PSD elegeram os seus responsáveis actuais, pois viam em Pedro Passos Coelho e em quem o acompanhava liberais progressistas, até pelas ideias que defendiam relativamente a costumes. A política de alianças do PSD, o seu tacticismo errante e a irresponsabilidade quanto à aprovação ou não do O.E. constituem uma considerável apreensão para a maioria de quem votou em Passos Coelho.