terça-feira, 22 de janeiro de 2013

DIFÍCIL NÃO É GOVERNAR, MAS EXPLICAR A MENTIRA


Todos os dias ouvimos dizer
como é difícil governar
(...)
O que é difícil não é governar
mas explicar a escravidão e a mentira

Bertold Brecht

Em artigo publicado na edição de 21/1/2013, do "Correio da Manhã", o ex-líder e ideólogo do PSD Luis Marques Mendes afirma a propósito dos previstos cortes na despesa por parte do governo " (...) é certo que o tema não foi tratado, de forma minuciosa como agora é colocado, na última campanha eleitoral. Mas essa é a prática habitual, cá dentro e lá fora, com este governo e com os seus antecessores".
Aquela afirmação de um dos acólitos do governo Passos/Portas é a confissão de que a classe política actual, portuguesa e estrangeira, se caracteriza pela superficialidade, a mediocridade e  a mentira aos eleitores. Neste último aspecto, os partidos  governamentais, PSD e CDS, após chegarem ao poder, usaram e abusaram. Na campanha eleitoral de Maio/Junho de 2011 prometeram não aumentar os impostos, não despedir funcionários públicos e estabilizar as finanças públicas essencialmente pelo corte de despesas, COM CONSCIÊNCIA SOCIAL. Viu-se...
Para Passos, Portas, Marques Mendes & Cª, as palavras significam o seu inverso, numa lógica orwelliana, ou seja, mentem deliberadamente. Mais: quando chegam ao poder, "esquecem" as promessas, estão-se nas tintas para  os cidadãos iludidos, aos quais sacaram o voto, e procuram agradar ao alto capitalismo, sem escrúpulos e sem alma, que novamente domina o mundo. Por estas e por outras, abandonei o PSD ao fim de 26 anos de militância. O partido de Passos Coelho não é social-democrata, nem liberal com sentido social, mas mais um partido afectado pela doença infantil do liberalismo, o neo-liberalismo, que enquanto cava cada vez maiores injustiças sociais e humanas, vai também cavando a sua sepultura.

PS: lê-se e só se acredita porque já nada nos admira: Taro Aso, ministro das Finanças - e ex-primeiro-ministro - do Japão, disse que  se deve deixar morrer os velhos doentes para poupar despesas com a saúde. E ainda se dizia, no pós-25 de Abril, que os comunistas matavam os velhos com uma injecção atrás da orelha! Este pulha, pois outro nome não merece, é conservador e de direita, srs. e srªs anti-comunistas primários.
Valha-nos  que a única superpotência mundial tem como Presidente um Homem chamado Barak Obama, o qual, no seu discurso de tomada de posse, defendeu o estado social adapatado às condições americanas e a resolução dos conflitos internacionais pela forma pacífica. O seu exemplo político-ideológico deverá ser seguido pela esquerda moderna europeia, incluindo o PS português. Só assim, quanto a nós, conseguirá derrotar a direita  arrogante, anti-social e anti-solidária dominante na UE.

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