sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

OMISSÕES A MAIS

Hoje, foram empossados os novos secretários de estado. Entre estes encontra-se Franquelim Alves, que passará a desempenhar as funções de secretário de estado da Inovação, Empreendedorismo e Competitividade, tendo sido já secretário de estado da Economia no  governo de Durão Barroso.
Nos dados biográficos enviados por Franquelim Alves para a imprensa era omitida a sua passagem pela SLN e o BPN. Compreende-se esta omissão da verdade...
No entanto, o novo ajudante de Álvaro Santos Pereira também "esqueceu" que a sua actividade política começou no MRPP e na sua organização estudantil, a FEML (Federação dos Estudantes Marxistas-Leninistas), antes do 25 de Abril, quando era estudante no ISE, actual ISEG.
No II Congresso do PCTP/MRPP, realizado em Junho de 1980, Franquelim Alves foi eleito para o seu Comité Central. Desempenhava, na época, as funções de responsável da organização para a imprensa  e chefe de redacção do "Luta Popular", jornal do partido. Decorridos talvez dois anos, foi afastado do Comité Central, passando a militante de base. Mais tarde abandonou o PCTP/MRPP.
Ao tempo, era eu colaborador do "Luta Popular", tendo contactado com Franquelim Alves várias vezes. Recordo-me  que o último director do órgão oficial do partido com quem trabalhou foi Leopoldo Mesquita, seu antigo colega no ISE e primo do militante do CDS Adolfo Mesquita Nunes, agora também empossado secretário de estado (do turismo), e que passará a trabalhar com Franquelim Alves no Ministério da Economia.
Porque omites o teu passado político e a luta que travaste contra a ditadura, Franquelim? Este comportamento começa a ser hábito entre os antigos esquerdistas que fazem parte do actual governo. Também o ministro da Educação, Nuno Crato, tem fugido como o diabo da cruz a referir-se ao seu passado no PCP(m-l), no CMLP, no PUP e no PCP(R)/UDP. Como o secretário de estado da Inovação, esteve envolvido na luta anti-ditatorial e anti-colonial, tendo passado pela clandestinidade.
Dado o carácter político e ideológico do governo de que fazeis parte, também se compreende por que omitis o vosso passado de luta num tempo em que todos nós, revolucionários de extrema-esquerda da altura,  actuámos com boas intenções, embora animados por ideologismos errados.
O vosso comportamento e a vossa participação no governo de Passos Coelho mostram estardes de acordo com o actual PREC de direita, negador de direitos sociais fundamentais, cavador de maiores desigualdades e do aumento da pobreza e da miséria. A vossa consciência social acabou. Que o poder vos faça bom proveito. É lamentável terdes deixado de ser vós próprios.  

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