terça-feira, 2 de abril de 2013

TINHA QUE SER NO DIA 1 DE ABRIL

Na sua edição de ontem, o diário "I", a propósito das mentiras do 1º de Abril, referia ter Passos Coelho afirmado naquele dia, há dois anos, ser "um disparate afirmar que o PSD iria após as eleições que se seguiram acabar com o 13º mês para os funcionários públicos".
Passado este tempo, até La Palisse chegaria à conclusão que tal frase só poderia ser dita em 1 de Abril. Mas não foi a única mentira do primeiro-ministro. Também disse não aumentar os impostos, não efectuar cortes nas pensões de reforma e corrigir a grave situação financeira então (e hoje) vivida essencialmente pelo lado das despesas. Como todos sabemos, fez exactamente o contrário.
Até quando disse "ir além da troika", só afirmou meia verdade. Disse-o e fê-lo relativamente aos mais pobres e à classe média. Onde está o corte nas PPP previsto no memorando? E a correcção da situação financeira em 60%, no tocante a despesas, e 40%, no respeitante a receitas?
Passos Coelho mentiu. A sua austeridade e todos os sacrifícios impostos aos portugueses não evitaram o aumento da dívida pública e a diminuição do défice abaixo do previsto, rebentando com a economia e os laços sociais. Por isso, ainda na primeira metade do seu mandato, o governo é detestado pela maioria da população e encontra-se completamente desnorteado.
É certo que não é Passos Coelho o único político mentiroso. Em parte por isso, a classe política está desacreditada, pondo em perigo a própria democracia. Como dizia o saudoso Vitor Cunha Rego, "não há legitimidades abstractas".
Por estas e por outras é que eu não pertenço presentemente a qualquer partido político, nem penso vir a pertencer, enquanto a alternância no poder for entre mentirosos, charlatães e medíocres.    

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