terça-feira, 16 de abril de 2013

EVOLUÇÃO NA CONTINUIDADE

Quando Marcelo Caetano sucedeu na chefia do governo - presidência do Conselho de Ministros, como então se dizia - a Salazar, afirmava caracterizar-se a sua acção por "evolução na continuidade". Foi mais continuidade que evolução, levando à queda da ditadura sem praticamente um gemido.
A substituição do ministro alvo do anedotário nacional, Miguel Relvas, faz lembrar aquela frase de Caetano.
Não houve qualquer refrescamento do governo. O novo ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares, Luis Marques Guedes, já exercia anteriormente as funções de secretário de estado da Presidência do Conselho de Ministros e sempre se caracterizou como um adesivo colado a todos os líderes do seu partido. Miguel Poiares Maduro é um intelectual e professor universitário de valor, mas também o eram outros governantes do PSD ou indicados pelo mesmo, como Braga de Macedo, Vitor Gaspar ou Álvaro Santos Pereira, e não deixaram de falhar em toda a linha nos seus objectivos.
Se no tocante a mudança de pessoal a situação é a mencionada, no aspecto político propriamente dito, apenas temos continuidade sem evolução. A decisão do Tribunal Constitucional, consequência e não causa das medidas governamentais, em nada fez o executivo mudar a política que está a conduzir Portugal para o abismo.
O governo está cada vez mais isolado. Se não fosse o apoio do PR, neste momento, quando muito, estaria em funções de gestão. Terá um fim ainda mais inglório que o governo de Marcelo Caetano, deixando, no entanto, o país exaurido económica, financeira e socialmente, contrariamente ao sucessor de Salazar, o qual deixou as finanças públicas equilibradas e uma economia a crescer acentuadamente.     

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