quarta-feira, 12 de junho de 2013

QUE LEGITIMIDADE?

Os apoiantes do actual governo afirmam ter o mesmo legitimidade, por ser apoiado por uma maioria na Assembleia da República.
Aquela legitimidade é formal.
Será legítimo ganhar eleições mentindo ao eleitorado, dizendo não aumentar impostos, não despedir funcionários públicos, não cortar pensões de reforma, e, no poder, fazer exactamente o oposto?
Será legítimo destruir económica e socialmente um país, em nome da diminuição da dívida pública e do défice, quando aquela aumenta cada vez mais e este se mantem muito elevado relativamente ao acordado com a troika?
Será legítimo afrontar o Tribunal Constitucional, procurando contornar a legalidade, invocando o fim da crise, enquanto a mesma não pára de aumentar?
A legitimidade do governo Passos/Portas não é real. As sondagens, embora tenham o valor que têm, mostram que os partidos governamentais cada vez têm menos apoio popular. Onde o primeiro-ministro e os seus ajudantes se deslocam são alvo de grandes vaias e muito poucos aplausos. Nas conversas de rua ou de café, ouça-se o que as pessoas pensam de quem as (des)governa.
A permanência deste governo em funções apenas afunda o buraco em que há muito caímos. Se Portugal tivesse um Chefe de Estado na verdadeira acepção do termo, já estaria demitido, procurando-se outra solução governamental no actual quadro parlamentar ou dando a voz ao eleitorado.

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