quarta-feira, 7 de novembro de 2012

OS AMERICANOS NÃO QUEREM A DIREITA NO PODER

Obama venceu as eleições presidenciais americanas. O candidato da direita, Mitt Romney, foi derrotado.
A pátria, por excelência, do capitalismo e do liberalismo económico  reelegeu  o candidato  a Presidente mais à esquerda.
Nos últimos 4 anos, Barak Obama manteve a economia de mercado, mas acompanhada de uma componente social. Criou o seguro de saúde obrigatório para todos os  americanos. Para o presidente agora reeleito, o american way of life também deve passar pela solidariedade e o equilíbrio social. Esse é também o entender da maioria dos seus compatriotas que o elegeu, repudiando o egoismo de uma certa América.
Romney acenou com a baixa de impostos para os mais ricos, afirmando ser a forma de criar postos de trabalho. No entanto, para aquela baixa ser possível, o mormon pretendia acabar com direitos e regalias sociais alcançados pelos pobres e as camadas médias da população desde 2008, agravando as desigualdades e aumentando a pobreza, à semelhança do que fazem os seus pares da nova direita europeia como Angela Merkel, Mariano Rajoy,  David Cameron ou o "nosso" Pedro Passos Coelho.
O conservadorismo dos republicanos atingiu aspectos pitorescos, dos quais destacamos a afirmação de um seu responsável próximo de Mitt Romney, segundo a qual a gravidez de uma mulher violada constitui uma vontade de Deus, pelo que nem numa situação destas o aborto deverá ser legal. 
Na véspera das eleições americanas, Pires de Lima, gestor, democrata-cristão e defensor do liberalismo social, alto responsável do CDS, afirmou no 2º canal da RTP estar o Partido Republicano a seguir uma via ultra-conservadora, pelo que desejava também a vitória de Obama.
Que este resultado constitui uma decepção para a nova direita na Europa e no resto do planeta, não temos dúvidas. É um alento para a esquerda? Não é certamente para a esquerda comunista, esquerdista, no sentido leninista do termo, e socialista estatista. Mas vem dar novo ânimo à esquerda liberal, defensora da terceira via dentro dos partidos socialistas e sociais-democratas.
Na actual situação de crise, a única alternativa viável de esquerda passa pela defesa do regresso do capitalismo de rosto humano e do liberalismo social.

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