quinta-feira, 15 de novembro de 2012

GREVE GERAL FOI UM SUCESSO

A greve geral convocada pela CGTP e ocorrida ontem teve uma enorme adesão, especialmente entre os trabalhadores do sector público, mas também junto de muitos trabalhadores de empresas privadas.
Mais uma vez ficou demonstrado nos locais de trabalho e na rua o repúdio pela política de Passos Coelho e Paulo Portas. Os números conhecidos no dia da greve sobre o desemprego (quase 900 000 trabalhadores, segundo o INE, e 1 400 000 - 23% da população activa - contabilizando os sub-empregados e quem não tem procurado trabalho nas últimas 4 semanas, de acordo com a edição de hoje do jornal “Correia da Manhã”), uma queda do PIB de quase 4% até esta altura do ano e de 1,6%, segundo as previsões oficiais, no próximo ano, o empobrecimento geral da população, justificam esta elevada participação na greve.
Em outros países europeus, decorreram outras greves gerais com muita adesão e alguns confrontos entre grevistas e polícias.
Estas greves devem constituir uma chamada à razão das instituições europeias e vários governos nacionais para pararem com a actual política de excessiva austeridade, sem qualquer preocupação social, a qual destroi as economias, agrava o fosso entre ricos e pobres, bem como está a levar ao desaparecimento das classes médias.
Após a manifestação que culminou a greve, entre o Rossio e S. Bento, houve graves confrontos entre a polícia e inúmeras pessoas junto ao parlamento.
Apenas uma minoria dos participantes naquela manifestação permaneceram no local provocando e agredindo agentes da autoridade, os quais tiveram necessidade de recorrer à força para pôr fim aos distúrbios.
Aquela gente sujou (é o termo apropriado) a greve. A sua actuação é típica de uma certa extrema-esquerda e dos anarquistas. Recordo, aliás, que o terrorismo político moderno tem origem em organizações anarquistas do século XIX, influenciadas pelo chamado “catecismo revolucionário” de Netchaiev, um revolucionário russo que viveu no século XVIII.
Uma das acções mais conhecidas dos “anarcas”, no séc. XIX, foi o lançamento de uma bomba para o interior de um café, em Paris, provocando a morte a mais de 100 pessoas. Na altura, o autor da “façanha” afirmou: “ninguém é inocente!”
Em toda a Europa, mas principalmente nos países em dificuldade, as forças extremistas de direita e de esquerda tem avançado consideravelmente, obtendo apoio de sectores importantes das populações, especialmente de jovens, em desespero. Tal facto deve conduzir à reflexão sobre as políticas erradas praticadas no âmbito da UE, no plano económico-financeiro e no avanço do federalismo, repudiado pelos povos, por parte dos políticos defensores da democracia, da liberdade e dos direitos humanos, estejam no poder ou na oposição.

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