terça-feira, 18 de setembro de 2012

UNIÃO NACIONAL CONTRA O GOVERNO

Durante quase meio século Portugal foi governado por um partido único chamado União Nacional, que no tempo de Marcelo Caetano passou a denominar-se Acção Nacional Popular.
Tal regime autoritário entendia que a democracia dividia os cidadãos, os quais, como carneiros, deveriam enfileirar atrás do chefe político.
Passos Coelho conseguiu, em democracia, criar uma união nacional de pernas para o ar. Melhor dizendo, conseguiu uma verdadeira união da esmagadora maioria dos portugueses contra si, a sua política e a troika, com a retirada de dinheiro aos trabalhadores para aliviar os patrões através das mudanças introduzidas na TSU.
No passado sábado, dia 15, um milhão de pessoas, convocadas por movimentos espontâneos, contestaram tal política na rua. Confederações patronais e sindicais não concordam com as alterações na TSU. Umas e outras afirmam conduzirem as mesmas não a mais, mas a menos emprego, dado diminuirem o poder de compra da população.
Não são muitas as empresas viradas para as exportações. 95% do tecido empresarial português é constituido por pequenas e médias empresas, as quais vivem essencialmente do mercado interno. Passos Coelho e quem o rodeia desconhecem isto, porque não conhecem o país que governam, o que é gravíssimo na actual situação económica e social.
Além do PS, o PCP, o BE e a extrema-esquerda, também Paulo Portas e o CDS contestam esta perfeita loucura. Passos está isolado como nenhum primeiro-ministro esteve após as primeiras eleições legislativas. Se não tiver a humildade de mudar de política, ouvir os outros partidos, os parceiros sociais, o povo que cada vez o contesta mais e o PR, haverá uma crise política de graves proporções. O culpado da mesma será ele, com a sua incompetência.

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