segunda-feira, 10 de setembro de 2012

O MITT ROMNEY PORTUGUÊS

Qual a diferença entre o candidato republicano à presidência dos EUA, Mit Romney e Passos Coelho? O primeiro é mórmon e o segundo é agnóstico.
No plano político, nada os distingue. Romney, em nome da promoção do emprego, quer cortar os impostos pagos pelos ricos, os quais, comparados com os impostos europeus, são bem incentivadores para os empresários. Como contrapartida, pretende acabar com uma série de benefícios sociais concedidos aos pobres, especialmente no campo da saúde, pela administração Obama. Isto para não falar no reaccionarismo social do candidato republicano e do seu nº 2, Paul Ryan, que até afirmam não serem a violação e o incesto motivos para despenalização do aborto.
God save América! Que Obama seja eleito em Novembro!
Pedro Passos Coelho, pelo seu lado, confirmou, com as últimas medidas de austeridade anunciadas, o carácter de classe do seu governo e do PSD.Os trabalhadores passam a descontar mais 7%, por mês, para a segurança social, enquanto o patronato passa a pagar quase menos 6%. São os póprios empresários, como o ex-presidente da CIP, Van Zeller, que afirmam não promover tal decisão a baixa do desemprego.
Quanto a mexidas nas PPP e nas rendas, o executivo fica aquém da troika. Ir mais além da dita, só para os pobres e a classe média. Ainda há dúvidas que a social-democracia morreu no partido que provocatoriamente ainda a utiliza na sua designação? Que o CDS nada tem a ver com a democracia-cristã europeia, criadora de um estado de bem-estar?
A direita, europeia ou americana, com algumas raras excepções, nada tem de social. Espelha perfeitamente o retrato que dela faz a esquerda: ao serviço dos ricos e contra os pobres, bem como a classe média, cada vez mais proletarizada, usando a linguagem marxista.
Von Mises afirmava que os liberais não deveriam constituir partidos, mas entrar para os partidos democráticos, de direita, centro ou esquerda, e procurar influenciá-los. Não é nesta "nova" direita, herdeira das piores tradições direitistas e conservadoras, que alguém pode pensar defender o liberalismo clássico. Terá de o fazer na sociedade civil, preferencialmente em "think thanks", ou nos partidos socialistas, na esperança de os mesmos seguirem a terceira via, de Clinton, Schroeder, Blair, ou da "praxis" de Lula e do PT, no Brasil.

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