segunda-feira, 30 de julho de 2012

O DISCURSO DE ALMADA

No Verão de 1975, o então primeiro-ministro do V governo provisório, general Vasco Gonçalves, ao ser contestado pela esmagadora maioria dos portugueses e também pela maioria dos militares de Abril, apoiantes dos "nove", fez um discurso desesperado em Almada. O seu fim estava para breve.
Passadas poucas semanas, demitia-se do cargo que exercia, sendo substituido pelo almirante Pinheiro de Azevedo, militar moderado. O VI governo provisório foi constituido maioritariamente por militantes do PS e do então PPD, tendo o PCP uma pasta no mesmo.
Aquele discurso veio-nos à memória, nos últimos tempos, ao ouvir Passos Coelho, antigo "compagnon de route" do general Vasco, quando, ainda que fugazmente, passou pelo PCP e pela JCP.
O seu projecto de "ajustamento" falhou, como mostram o aumento do défice e da dívida pública. Constatando tal facto, passou a proferir uma linguagem típica de café ou taberna de subúrbio e demonstrativa de desespero. Pressentirá que estará para lhe acontecer o mesmo que a Vasco Gonçalves? Que a troika e as instituições comunitárias lhe tirarão o tapete como a anteriores chefes de governo grego e italiano?

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