quinta-feira, 5 de julho de 2012

DEPOIS DE SÓCRATES, RELVAS

Há alguns anos, o PSD, na oposição, usou como tema de campanha contra Sócrates a sua licenciatura na Universidade Independente, entretanto encerrada. Tinha razão aquele partido. Completar disciplinas ao fim de semana e numa simples folha A-4, é, no mínimo, duvidoso.
Idêntica nódoa atinge o actual governo PSD/CDS. O ministro dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, licenciou-se em Ciência Política e Relações Internacionais, na Universidade Lusófona, em apenas 1 ano, tendo sido aprovado em 4 disciplinas, num curso que tem a duração de 3 anos, com 36 disciplinas. Aquela universidade teve em conta o "curriculum" profissional e a frequência universitária do ministro Relvas para lhe atribuir a licenciatura.
A frequência universitária do sr. Relvas é a seguinte: matriculou-se nos cursos de Direito, Relações Internacionais e História. Concluiu apenas uma disciplina no primeiro daqueles cursos, com a nota mínima (10 valores), e em nenhuma disciplina foi aprovado nos outros cursos. Quanto a experiência "profissional", Relvas passou pela política e trabalhou numa empresa que nada tem a ver com o curso que lhe foi oferecido(é o termo apropriado).
Esta situação é ofensiva de quem andou 4, 5 ou 6 anos, especialmente trabalhadores estudantes, a estudar e a gastar dinheiro numa Faculdade.
Só um pacóvio que não sabe o que é uma universidade pode aceitar esta situação. Como é possível o primeiro ministro, que, segundo o "Correio da Manhã", completou o curso de Economia em tempo normal e com boas notas, poder pactuar com isto? Como pode aceitar tantos "lapsos" deste homem, que em 1985 mentiu à AR, quando para a qual foi eleito deputado pela primeira vez, afirmando ter obtido frequência do 2º ano de Direito e se "esquece" de um almoço com esse exemplo de isenção e honestidade, como o anterior director do SIED, há pouco mais de um ano?
As sondagens, as vaias a Passos Coelho e seus ajudantes - bem como ao PR - são significativas do descontentamento popular. A "paciência" dos portugueses está a esgotar-se.
Desconheço os gostos musicais de Pedro Passos Coelho. Não sei se continuará a gostar da música das "Doce", com uma das quais foi casado. Seria bom que ouvisse uma canção com quase 50 anos, de Paul Simon e Art Garfunkel: "the sounds of silence", que a determinada altura diz "o silêncio, como o cancro, cresce"...

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