quinta-feira, 10 de maio de 2012

O QUE O PODER FAZ A CERTAS PESSOAS !

Na Grécia, há pais a entregar filhos a orfanatos. Há muitas crianças que vão para a escola sem comer e desmaiam nas aulas. Estas situações, o elevado desemprego e a miséria visível, principalmente nas grandes cidades daquele país, não comovem os eurocratas e a Srª Merkel, que até é democrata-cristã e perfilha a doutrina social da Igreja. Se Cristo cá voltasse, tinha muito vendilhão e muita vendilhona a expulsar do templo…
O que é preciso é pagar dívidas e diminuir défices, nem que seja a matar pessoas à fome, incluindo crianças.
Em Portugal, há alunos a abandonar as universidades por dificuldades económicas. Nas escolas dos ensinos básico e secundário há inúmeras carências, constantemente noticiadas na comunicação social.
Perante esta situação, o ministro dito da Educação, Nuno Crato, fica de braços cruzados.
Onde está o Nuno Crato, funcionário do PCP (m-l), que pouco antes do 25 de Abril se deslocou clandestinamente a França, com o objectivo de conciliar as duas facções desavindas do partido, a de Heduino Gomes (Vilar), exilado naquele país, e a de Carlos Janeiro (Mendes), que se encontrava clandestino em Portugal?
Após o 25 de Abril, o PCP(m-l) partiu-se em dois. Nuno Crato permaneceu na facção Mendes, a qual criou o PUP (Partido de Unidade Popular), mais tarde integrado no PCP(R)/UDP. Na segunda metade dos anos 70, Nuno Crato foi um dos mais destacados dirigentes da UDP, surgindo constantemente ao lado da sua figura mais conhecida da época, o deputado Acácio Barreiros, já falecido.
Naqueles tempos, o jovem Nuno Crato defendia um ensino “ao serviço do povo, geral e gratuito”. Uma das palavras de ordem do PUP era “democracia para os pobres! ditadura para os ricos!”. A UDP proclamava: “os ricos que paguem a crise!”.
Como muitos outros jovens da sua geração, Crato abandonou a extrema-esquerda e abraçou a democracia parlamentar. Actualmente, faz parte de um governo para quem os desempregados, os pobres e as crianças filhas dos mesmos são apenas números. Este seu alheamento relativamente ao abandono do ensino por alunos com poucos recursos económicos mostra que não está no governo para mudar a situação por dentro. Assim se abandonam os ideais de justiça social e de solidariedade pelos quais se lutou nos melhores anos da vida. O que o poder faz a certas pessoas !

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