terça-feira, 6 de abril de 2010

MILITANTES DO PSD OPTAM PELA MUDANÇA

O Partido Social Democrata (PSD) optou pela mudança nas eleições recentemente ocorridas para a sua liderança. Paulo Rangel e Aguiar Branco, que colaboraram com Manuela Ferreira Leite e significavam, mais o primeiro que o segundo, a continuação da sua política, obtiveram, no total, cerca de 38% de votos. Pedro Passos Coelho, o candidato assumidamente da mudança, na sociedade e no partido, recolheu cerca de 60% da votação.
Estes resultados provam que a anterior direcção do PSD estava divorciada das bases, como outras anteriores. Eis a principal explicação para as sucessivas derrotas quer o partido registou nos últimos 5 anos.
Passos Coelho demonstrou na campanha ser o melhor preparado para a liderança e para derrotar o governo decrépito, incompetente e desacreditado de José Sócrates. Isso mesmo expressaram maioritariamente os sociais democratas, rejeitando o desvio de direita e conservador e a sua possível continuidade. Eu sei que o termo "desvio de direita" é da autoria de Mao Tsé Tung. É escusado algum comentador lembrá-lo. Eu próprio o faço, porque independentemente do autor da expressão, era um risco que o PSD corria, deixando o eleitorado central ao PS.
Passos Coelho, com a defesa de um liberalismo político, económico e de costumes, com consciência social, representa hoje a social democracia portuguesa, no que tem de específico e de diferente da social-democracia dos partidos da Internacional Socialista, tal como foi concebida em outra situação pelos fundadores do PPD, especialmente Sá Carneiro. Com a aplicação prática das ideias divulgadas por Passos Coelho e os que com ele estiveram, o PSD caracterizar-se-á pela sua matriz de sempre: um partido central e reformista, que capta todo um conjunto de eleitores, do centro-direita ao centro-esquerda.
O novo líder estendeu, após a vitória, a mão aos seus adversários, convidando-os a entrarem nos órgãos nacionais do PSD a serem eleitos no próximo congresso. Aquele gesto foi correspondido pelos mesmos, pelo que se prevê uma nova unidade de todos os sociais democratas, convergente de diferentes opiniões integradas no mesmo ideário. Agora, os adversários são Sócrates e o PS, cuja política há que derrotar.

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