sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

PC FOI DO PC

Quando recentemente Pacheco Pereira, na "Quadratura do Círculo", criticou a política do primeiro ministro Passos Coelho, logo alguns laranjinhas ensinados de nascença disseram: "uma vez comunista, sempre comunista". Também por mim, que, como Pacheco Pereira, fui comunista de linha maoista, já foram feitas afirmações e insinuações do mesmo género. Basta ver o post anterior a este no "Mais São Pedro do Sul".
Há uma certa direita para a qual quem a criticar e aos seus é comunista. Infelizmente, alguma dessa direita ignorante e acéfala acoita-se no Partido Social Democrata. Pois então, fiquem esses "direitinhas" a saber que o seu actual líder e chefe do governo, Passos Coelho (PC) pertenceu, na adolescência, no final dos anos 70 do século passado, ao PC (Partido Comunista) e às suas organizações União dos Estudantes Comunistas (UEC) e Juventude Comunista Portuguesa (JCP). Na qualidade de militante dessas organizações, participou num congresso onde Álvaro Cunhal esteve presente, tendo completado, aliás, nesse dia, 66 anos. Passos Coelho foi um dos jovens comunistas que mais enfaticamente vitoriaram o então secretário-geral do seu partido.
Nesse tempo, nós, maoistas, combatíamos o PCP e a URSS, que apelidávamos de social-imperialista. Considerávamo-los inimigos principais. No PREC, o partido a que pertenci (MRPP) fez alianças tácticas com o PS e o PPD, actual PSD, para derrotarmos o projecto de Álvaro Cunhal. Anos mais tarde, PC pertencia ao PC. Após a invasão da Checoslováquia e da Hungria pela URSS.
Olhando para a acção de Pedro Passos Coelho, esse sim, parece manter os ensinamentos bebidos no PC e na UEC. O seu seguidismo relativamente a Angela Merkel faz lembrar a teoria da "soberania limitada", da autoria de Leonid Brejnev, líder do PCUS e da URSS aquando da militância comunista do adolescente hoje presidente do Conselho de Ministros.

Sem comentários: